PIRATARIA X SINDEMVIDEO
Oficialmente, o filme Lula, O Filho do Brasil chega às locadoras brasileiras em 12 de abril, mas pode ser que em muitas delas o filme esteja em falta. A Associação Brasileira das Videolocadoras (ABV) e o Sindicato das Empresas Videolocadoras do Estado de São Paulo (SINDEMVIDEO) planejam um boicote ao DVD do filme.
Segundo especulações da SINDEMVIDEO, mais de 30% do mercado fechou as portas desde 2005, o que elevou a taxa de desemprego no setor. O Sindicato também alega que a pirataria aumentou em mais de 1000% no mesmo período. No entanto, Luciano Tadeu Dianiami, presidente da SINDEMVIDEO, explica que este número não é oficial e que as pesquisas não foram cientificamente embasadas. "É uma estimativa", esclarece.
Em carta enviada aos membros, o Sindicato lembra o episódio em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou, em entrevista coletiva, que tinha visto o DVD do filme 2 Filhos de Francisco antes do mesmo ter chegado às locadoras. "Para bom entendedor, meia palavra basta. Se ele, como autoridade máxima, pode ver um DVD pirata, todos podemos", afirma Daniami. Para ele, o fato do presidente ter se desculpado publicamente pelo ocorrido não apaga o que ele disse.
A questão política
Na visão de Daniami, o boicote não é de caráter político ou eleitoral. "É uma ação para chamar atenção para o que está acontecendo. Nosso mercado está reduzindo e muitos estão tendo que fechar as portas. É muito difícil concorrer com produtos falsificados", explica.
Reginaldo Zaglia, da 100% Vídeo, tem uma opinião diferente. Para ele, o boicote é um posicionamento político. "Em ano de eleição, não podemos expor aos nossos clientes um filme baseado na vida de um líder político que não trata o tema Pirataria com seriedade e não apóia nossa causa como devido. A falsificação é o câncer do nosso mercado e estamos há sete anos sem apoio efetivo".
Carlos Augusto Simões, presidente da ABV, vai além. Para ele, "Lula é o ícone responsável pela pirataria no Brasil". Apesar da fama de ser de oposição ao governo, ele se diz ser ´apartidário´. Afirma que até votou no presidente, mas se decepcionou com o governo. Embora tenha dito não ser contra, ele também não esconde seu descontentamento com o partido. "O PT, para mim, pouco importa", alfineta.
Insatisfeito, Simões acredita que as ações do governo - ou o que ele qualifica como falta de ação - justificam um boicote ao filme. "É um momento de protesto contra o descaso das autoridades em relação à comercialização de produtos falsificados", declara.
Ainda não se sabe quantas e quais locadoras irão aderir de fato ao boicote.
Questionada sobre o assunto, a Europa Filmes, empresa responsável pela distribuição dos DVDs, preferiu não fazer declarações. A LC Barreto, produtora do longa, também optou por não se pronunciar.
FICA UMA QUESTÃO:
Qual a diretriz do governo sobre a pirataria e o mercado informal?
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